Ser crítico pode até parecer fácil, mas é difícil. Especialmente quando se lê um livro tão maravilhoso e lhe faltam palavras para descrevê-lo. Mas, vamos lá.
Em Para Todos os Garotos que Já Amei, Lara Jean Song Covey escreveu uma carta de despedida, em que expõe todos os seus sentimentos, para cada um dos cinco garotos que já amou. Todas com o nome e endereço do respectivo destinatário. Ela não tem a intenção ou pretensão de entrega-las, apenas as guarda para si em uma caixa de sapato azul-petróleo que ganhou de sua mãe. Até que, certo dia, as correspondências são enviadas.
Sabe quando um personagem, ou até você mesmo, faz um intercâmbio estudantil e vive na casa de uma família estrangeira por determinado período? No início, é tudo muito novo, mas, após certo tempo, você acaba tornando-se um membro da família. Foi exatamente assim que me senti ao ler Para Todos os Garotos que Já Amei. Eu me tornei uma irmã Song.
A escrita de Jenny Han é tão envolvente, singela e atual, que é como se nós fôssemos os marinheiros e, o livro, o canto da sereia. De maneira sutil, a autora aborda a desigualdade de gênero entre meninas e meninos, por exemplo, quando uma garota toma a iniciativa no relacionamento, ela é taxada de “fácil”, enquanto o garoto é ovacionado (caso a se pensar). Além disso, o rumo da história é como o Mercúrio em Vingadores – Era de Ultron, você não o vê chegando. Ou será que vê?
Lara Jean é uma personagem tão auto-identificável, que tinha momentos em que ficava “Ah, mas você não fez isso, Lara Jean!” e, então, eu caia em mim e refletia que “se fosse comigo, teria feito a mesma coisa!”.
Sendo assim: querido leitor, leia essa obra sem medo de ser feliz.
P.s.: Tenha a sequência P.s.: Ainda Amo Você em mãos. Conselho de amiga 😉
Título original: To All The Boys I’ve Loved Before
Autor: Jenny Han
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580577266